sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Menos de 1% das escolas brasileiras têm infraestrutura ideal

link: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/06/04/menos-de-1-das-escolas-brasileiras-tem-infraestrutura-ideal.htm
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Apenas 0,6% das escolas brasileiras têm infraestrutura próxima da ideal para o ensino, isto é, têm biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades básicas. O nível infraestrutura avançada inclui os itens considerados mínimos pelo CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial), índice elaborado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Já 44% das instituições de educação básica contam apenas com água encanada, sanitário, energia elétrica, esgoto e cozinha em sua infraestrutura. 
Esse é o resultado de um estudo feito pelos pesquisadores Joaquim José Soares Neto, Girlene Ribeiro de Jesus e Camila Akemi Karino, da UnB (Universidade de Brasília), e Dalton Francisco de Andrade, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), intitulado "Uma escala para medir a infraestrutura escolar".
A pesquisa incluiu dados do Censo Escolar de 2011 de 194.932  escolas.
Girlene afirma que ela e os pesquisadores esperavam que os resultados demonstrassem a precariedade de muitas das escolas brasileiras, mas pontua que o percentual de elementares (44%) e de avançadas (0,6%) foi um "choque".
"Sabíamos que encontraríamos diferenças e que a zona rural, por exemplo, apresentaria infraestrutura mais deficitária. Mas não achávamos que seria tanto. O mesmo vale para as diferenças regionais, como é o caso do Norte e do Nordeste, e para as redes municipais, onde se concentram as escolas com as piores condições", afirma.
"A criança, quando chega à escola, tem que ter equipamentos, conforto do ambiente para se concentrar, se dedicar aos estudos e ao aprendizado. O professor precisa de equipamento para desenvolver o trabalho dele, assim como a escola", explica Joaquim José Soares Neto. "O Brasil está passando por um momento em que é consenso que se deve investir em educação. A pesquisa traz uma perspectiva de como orientar esse investimento para resolver um problema que não é simples".

Dados

Para definir uma escala para a situação da infraestrutura, os pesquisadores selecionaram 24 itens de infraestrutura escolar para checar se há sua disponibilidade – ou não – nos colégios públicos brasileiros.
A partir da presença ou não desses itens, as escolas foram distribuídas em quatro categorias. No nível elementar ficam escolas que têm apenas o mínimo para o funcionamento do prédio. 
  • Infraestrutura elementar: Estão neste nível escolas que possuem somente aspectos de infraestrutura elementares para o funcionamento de uma escola, tais como água, sanitário, energia, esgoto e cozinha
  • Infraestrutura básica: Além dos itens presentes no nível anterior, neste nível as escolas já possuem uma infraestrutura básica, típica de unidades escolares. Em geral, elas possuem: sala de diretoria e equipamentos como TV, DVD, computadores e impressora
  • Infraestrutura adequada: Além dos itens presentes nos níveis anteriores, as escolas deste nível, em geral, possuem uma infraestrutura mais completa, o que permite um ambiente mais propício para o ensino e aprendizagem. Essas escolas possuem, por exemplo, espaços como sala de professores, biblioteca, laboratório de informática e sanitário para educação infantil. Há também espaços que permitem o convício social e o desenvolvimento motor, tais como quadra esportiva e parque infantil. Além disso, são escolas que possuem equipamentos complementares como copiadora e acesso a internet
  • Infraestrutura avançada: As escolas neste nível, além dos itens presentes nos níveis anteriores, possuem uma infraestrutura escolar mais robusta e mais próxima do ideal, com a presença de laboratório de ciências e dependências adequadas para atender estudantes com necessidades especiais

Desigualdades regionais

Os dados do estudo revelam que as grandes diferenças entre as regiões do país aparecem também na infraestrutura das escolas. Das 24.079 unidades de ensino da Região Norte, 71% podem ser consideradas no nível elementar, o mais precário. No caso do Nordeste, esse índice ainda se mantém alto, mas cai para 65%. No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o maior percentual de escolas localiza-se no nível básico. Em todas as regiões a taxa de colégios públicos classificados como de infraestrutura avançada não excede os 2%.
Quando observados os dados por redes, as desigualdades também são grandes. Entre as escolas federais, 62,5% podem ser consideradas adequadas e avançadas. No caso das estaduais, 51,3% das unidades são básicas em relação à infraestrutura e, considerando as municipais, 61,8% das escolas são classificadas como elementares.
Outro dado destacado pelos pesquisadores é a diferença entre as escolas urbanas e rurais. "Enquanto 18,3% das escolas urbanas têm infraestrutura elementar, o oposto ocorre em relação às escolas rurais: 85,2% encontram-se nesta categoria", diz o estudo.

Resultado no desempenho

Os pesquisadores não fizeram ainda a relação entre infraestrutura escolar e o desempenho dos alunos. "É necessário correlacionar os resultados das avaliações, como a Prova Brasil, com as condições físicas das escolas. O nível socioeconômico das regiões em que a infraestrutura é insuficiente é também bastante carente. Essa discussão precisa ser feita", afirma Neto.
Para ele, a escala ajuda a apontar quais são as regiões do país que precisam de políticas públicas especiais. "Não interessa onde a criança esteja: ela tem direito a uma Educação de qualidade. Isso pressupõe também uma infraestrutura escolar de qualidade", ressalta. "É preciso mais recursos, com um investimento que seja realizado com eficiência."
O regime de colaboração entre os entes federados, segundo os pesquisadores, também precisa ser reforçado. "Precisamos que Estados, municípios e União trabalhem juntos nessa questão, definindo políticas públicas que atendam a essas escolas com condições físicas piores. É claro que só isso não resolve a qualidade da educação que é oferecida, mas é uma condição para que as escolas funcionem normalmente", afirma Girlene. "Caso contrário, continuaremos a amargar resultados ruins."

Estudantes agridem professor e guarda municipal em escolas de BH

link: http://www.otempo.com.br/cidades/estudantes-agridem-professor-e-guarda-municipal-em-escolas-de-bh-1.707537
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Falta de investimentos do Estado em políticas de educação. Essa é, para o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindute-MG), a única explicação para os casos de violência contra professores nas escolas públicas do Estado.
No caso mais recente, um professor da Escola Estadual Barão de Macaúbas, localizada provisoriamente no bairro Santa Tereza, na região Leste de Belo Horizonte, foi agredido com chutes e socos por um aluno de 15 anos, nessa segunda-feira (2).
Segundo o professor, que preferiu não ser identificado, essa é a primeira vez que ele passa por isso. “No final da aula costumo dar um visto no caderno dos alunos. Percebi que uma garota estava com material de português na mesa. Ela falou que fazia o trabalho de dependência de outro aluno e eu recolhi o material”, contou.
No fim da aula, ele saiu da sala com o material que pertencia ao agressor para entregar à supervisão da instituição. “Ela veio atrás pedindo para eu devolver e, de repente, surgiu o dono do trabalho, que inclusive era namorado da aluna”, contou. O adolescente tomou o material da mão do professor e, em seguida, deu um chute nas partes íntimas dele.
“Depois do chute ele ainda me deu um soco no ombro e arranhou o meu braço. Não houve discussão, apenas agressão”, relatou o professor. Depois disso, a Polícia Militar foi acionada e conduziu o menor infrator para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Para uma aluna do professor, de 13 anos, ele é exemplar. “Ele sempre traz ideias novas. Ele até evita de dar provas, prefere trabalhos”, disse. Já sobre o agressor, a jovem disse que ele é problemático. “Ele já empurrou uma professora, roubou um celular, e bateu no melhor amigo dele muito. O menino até saiu da escola”, contou.
A diretoria da instituição informou que a escola, que conta com mais de 600 alunos, deu todo o suporte ao professor. Nesta terça-feira (3), os alunos foram relembrados das responsabilidades e direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Violência contra o professor
Pesquisas feitas em 2009 pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais dão conta que 41% dos professores disseram já ter sido agredidos ou ameaçados por alunos. Além disso, entre fevereiro de 2011 e abril de 2012, 131 denúncias de violências foram feitas ao sindicato.
Adolescente tenta agredir guarda municipal em escola de BH
Um estudante de 15 anos foi apreendido na manhã desta terça-feira (3), no bairro Casa Branca, região Leste da capital, depois de tentar agredir um guarda municipal que fazia ronda na Escola Municipal Wladimir de Paula Gomes.
De acordo com assessoria de imprensa da Guarda Municipal, o adolescente se dirigiu à vitima usando palavras de baixo calão e, ao ser repreendido pelo ato, tentou agredi-lo fisicamente. O estudante foi contido, levado para a diretoria, e a Polícia Militar (PM) foi acionada. Ainda de acordo com a assessoria da corporação, aparentemente, não houve motivo para a agressão.
O guarda municipal não chegou a ser agredido e o aluno foi encaminhado para o Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Autor de Ato Infracional (Cia-BH). Os pais dele foram informados do fato e a ocorrência foi encerrada como desacato.

Por que sofrem os professores?

link: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiacollucci/2013/10/1356726-por-que-sofrem-os-professores.shtml
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O título acima foi extraído de uma pesquisa da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) que investigou um conjunto de sintomas cada dia mais presente no dia a dia dos professores: a síndrome de Burnout, caracterizada por exaustão emocional, baixa realização profissional, sensação de perda de energia, de fracasso profissional e de esgotamento.
A burnout - do inglês burn (queima) e out (para fora, até o fim) - acomete profissionais de várias áreas, mas seu diagnóstico é mais frequente em profissões com altas demandas emocionais e que exigem interações intensas, como é o caso dos professores e dos profissionais de saúde.
Nos última década, várias pesquisas foram feitas sobre o tema. Uma delas, realizada pela psicóloga Nádia Maria Beserra Leite, da Universidade de Brasília (UNB), com mais de 8.000 professores da educação básica da rede pública na região Centro-Oeste revelou que 15,7% dos entrevistados apresentavam a síndrome de Burnout.
Caso o índice seja o mesmo em todo o país, seriam mais de 300 mil professores brasileiros convivendo com a síndrome, isso somente no ensino básico. Além do adoecimento dos mestres, tal cenário compromete também a educação de milhões de alunos.
O estudo permitiu identificar a incidência dos três sintomas que caracterizam a síndrome: exaustão emocional, baixa realização profissional e despersonalização. Quase um terço dos professores pesquisados apresentam exaustão emocional em nível considerado crítico e baixa realização profissional.
Outra pesquisa feita em escolas da região metropolitana de Porto Alegre (RS) encontrou 5,6% de professores com alto nível de exaustão emocional e 28,9% com baixa realização profissional. Mulheres, sem companheiro fixo, sem filhos, com idade mais elevada, que possuem maior carga horária, que atendem maior número de alunos e trabalham em escolas públicas apresentam maior risco de desenvolvimento de Burnout.
Como explica a psicóloga Nádia, diferentemente do estresse, que se caracteriza pela luta do organismo no sentido de recobrar o equilíbrio físico e mental, a síndrome de Burnout compreende a desistência dessa luta. Por isso se diz que Burnout é a síndrome da desistência simbólica, pois embora não se ausente fisicamente do seu trabalho, o profissional não consegue se envolver emocionalmente com o que faz.
Para ela, Burnout é resultado de longa exposição aos estressores laborais crônicos, sendo mais frequente em profissões com altas demandas emocionais e que exigem interações intensas.
No caso do professor, as demandas estão relacionadas ao cuidado, à possibilidade ou não de se estabelecer um vínculo afetivo com o aluno que favoreça o processo de aprendizagem e permita ao professor realizar um bom trabalho.
Essas demandas emocionais, apesar de inerentes à profissão, podem ser agravadas por políticas educacionais que aumentem a sobrecarga de trabalho sem a devida contrapartida, ou por condições inadequadas de trabalho, ou pela presença de alunos particularmente difíceis (alunos violentos, com grande déficit de aprendizagem) ou ainda pelo sentimento de injustiça, de não reconhecimento do seu esforço e da importância do seu papel na sociedade.
Apesar de amplamente estudada, essa síndrome não tem eco. Ninguém se lembra dela quando um professor perde o controle e agride um aluno, por exemplo. Ninguém pensa na possibilidade de ali ter mais uma vítima do que um algoz. O Estado afasta o profissional, a polícia abre inquérito policial, e o mal continua na raiz.
Tive a sorte de sempre ter encontrado nos meus mestres motivação de sobra. Da primeira professora lá nos idos de 1975, dona Sebastiana, da Escola Estadual Rubens Cláudio Moreira (Ribeirão Preto), às mais recentes, professoras doutoras Ana Maria Goldfarb (PUC) e Ana Maria Malik (FGV), todas elas sempre me inspiraram muito.
Inspirar e motivar alunos, essas são algumas das principais vocações dos grandes mestres. Sucumbidos pela síndrome de Burnout, muitos já se esqueceram que são grandes e que são mestres. Que a data de hoje sirva para lembrá-los disso. E também para chamar a atenção de governos e gestores para os doentes da educação,
*como ninguém é de ferro, saio de férias hoje por quatro semanas. Até a volta!
cláudia collucci
Cláudia Collucci é repórter especial da Folha, especializada na área da saúde. Mestre em história da ciência pela PUC-SP e pós graduanda em gestão de saúde pela FGV-SP, foi bolsista da University of Michigan (2010) e da Georgetown University (2011), onde pesquisou sobre conflitos de interesse e o impacto das novas tecnologias em saúde. É autora dos livros "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de "Experimentos e Experimentações". Escreve às quartas, no site.

Levantamento Bibliográfico




Músicas


1.Estudo Errado,
Compositor: Gabriel Pensador;


A música "Estudo Errado" de Gabriel Pensador, faz uma crítica satirizada ao sistema de ensino tradicional brasileiro, nos levando à reflexão acerca da pedagogia aplicada á muitas escolas atuais, nas quais os alunos aceita as informações repassadas, acomodando-se diante de tal situação e obedecendo às normas estabelecidas pela escola, ou seja, o aluno tem o papel de memorizar os conteúdos transmitidos, sem possibilidade de questioná-lo. Percebe-se, portanto, que não há preocupação com a aprendizagem significativa, prevalecendo aulas expositivas, e descontextualizadas, repassadas de forma fragmentada. Não á uma preocupação com a qualidade do ensino oferecido, mais sim com a quantidade de conteúdo dado ao aluno. Dessa forma, os alunos acabam sendo levados á decoreba, á fim de obter uma nota boa, e assim conseguir uma recompensa dos pais. A grande hipocrisia dessa pedagogia está no fato, de acharem que os alunos estão realmente aprendendo, o que não é verdade.


LETRA E VÍDEO DA MÚSICA:

http://www.vagalume.com.br/gabriel-pensador/estudo-errado.html


2.Química,
Compositor: Renato Russo
Legião Urbana;


A música Química, do cantor Renato Russo, apresenta transição de um adolescente, á vida adulta. Este suposto adolescente está sendo pressionado pelos pais a adquirir mais responsabilidade com a vida, e com os estudos, isso por sua vez, acarreta em mudanças de comportamento, e de valores. Em contrapartida a música mostra, que esse adolescente pouco se importa com os estudos, o que ele realmente quer, é aproveitar a vida, e os momentos intensos que só a juventude nos fornece. Despreocupado com o que as pessoas pensam sobre ele, sobre o modo com que vive, o adolescente rebelde, ignora a opinião alheia, e busca a sua liberdade.


LETRA E VÍDEO DA MÚSICA:


http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/quimica.html


3.Perfeição,
Compositor: Renato Russo
Legião Urbana;


Esta canção do Legião Urbana, cuja letra foi escrita por Renato Russo, é uma crítica por metáforas à sociedade brasileira que presencia as barbáries do sistema, mas que permanece indiferente a tudo ao seu redor!

LETRA E VÍDEO DA MÚSICA:

http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/perfeicao-com-trecho-da-musica-ao-vivo.html


4.Direitos Humanos,
Compositor: Redson
Cólera;

A música Direitos Humanos, faz referencia aos direitos sociais de todos os brasileiros. Com questionamentos bastante sucintos, ele busca respostas para as perguntas de muitos, que ainda não encontraram o real direito de viver que tanto se é pregado por muitos políticos. Direitos como: a vida, a educação, a saúde púbica, a segurança, moradia, etc.

LETRA E VÍDEO DA MÚSICA:

http://www.vagalume.com.br/colera/direitos-humanos.html


5.MC GARDEN- ISSO É BRASIL,
Compositor: Lucas Rocha;


O funk “Isso é Brasil”, do Mc Garden, é uma música corajosa, e cheia de opiniões, que tem por objetivo, nos fazer refletir , e enxergar os problemas sociais vividos pela sociedade brasileira. Problemas como o descaso em relação à educação, saúde, violência, transporte público, cultura e etc. De forma paradoxal, os garotos levantam argumentos a serem refletidos, acerca da nossa sociedade, e da hipocrisia humana, que está mais preocupado com seu próprio ego, do que com a vida dos menos favorecidos, seres estes, que sofrem com a indiferença humana. O que mais nos chama a atenção é que essa indiferença, por vezes, vem dos poderes políticos que muito tem mais pouco fazem para mudar a realidade do nosso país.


LETRA E VÍDEO DA MÚSICA:

http://www.vagalume.com.br/mc-garden/isso-e-brasil.html


6.Pink Floyd - Another Brick In The Wall,
Compositor: Roger Waters;

A letra da música Another Brick in the Wall, da banda Pink Floyd, apresenta relações de poder nas atitudes de um professor ortodoxo, ditador, hostil e sarcástico, e a reação dos alunos que têm consciência de sua cidadania e fazem valer os direitos humanos.

VÍDEO DA MÚSICA, COM TRADUÇÃO:


http://www.youtube.com/watch?v=FbeszMeyguQ


Vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=VZCt6NHMx1c _______________________ http://www.youtube.com/watch?v=8pwxbdCJ50g

Com as novas tecnologias, quem é o aprendiz: professor ou aluno?

link: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/educacao-e-midia/com-as-novas-tecnologias-quem-e-o-aprendiz-professor-ou-aluno/ _______________________ Reportagem emitida pelo jornal online GAZETA DO POVO
“O melhor que pode fazer um professor quando tenta fazer funcionar um aparato tecnológico e não consegue é pedir ajuda para um aluno. E reconhecer que nesse território os jovens são mais competentes simplesmente porque nasceram com a tecnologia instalada na sociedade e isso muda completamente a visão”. Li essa afirmação, de Emília Ferreiro, educadora argentina reconhecida internacionalmente por seus pensamentos e estudos, especialmente sobre alfabetização, em uma entrevista publicada no portal da Revista Educação. Quando passei meus olhos nesse trecho, retornei a leitura, pois é algo em que acredito e venho falando durante troca de ideias com profissionais da Educação, especialmente das áreas da Educomunicação e da Tecnologia Educacional. Mas a afirmação é intrigante e levanta o questionamento. Professor e aluno podem trocar de papéis? Provocação essa, muitas vezes, não vista com bons olhos entre os docentes. Participo de um grupo de pesquisa com foco em Tecnologia e Educação. Nossa tarefa, em um dos encontros, era sugerir ações para que o uso das novas tecnologias ocorresse de forma efetiva dentro da escola. Levantei a hipótese de que o professor poderia aprender com o aluno a dominar a técnica das ferramentas tecnológicas, para então inseri-las em sua metodologia, em sua proposta pedagógica. No entanto, ainda existe uma barreira do professor, um receio com relação a “abrir mão do seu poder social”, exercido quando está à frente da turma, em pé, expondo o conhecimento detido. Seria medo de perder a sua autoridade? Quando expus essa hipótese, escutei um contra-argumento de um dos integrantes do grupo: “essa situação, do professor aprender com o aluno, precisa tomar cuidado, pois daqui a pouco o aluno estará sabendo mais que professor”. E qual é o problema do aluno saber mais que o professor no que diz respeito às novas tecnologias? Esse ponto não poderia ser um diferencial para envolver a turma em projetos em que a sua produção realmente faça sentido, transformando os alunos em protagonistas de suas ações? Veja aqui o exemplo de uma escola municipal do Rio de Janeiro, que criou um projeto de monitoria tecnológica. Mais de 30 alunos, do 2o ao 5o ano, são tutores dos colegas e dos professores, ajudando a criar blogs, perfis em redes sociais e grupos de discussão. O contexto apresentado no vídeo traduz a discussão levantada com esse post, fazendo relação com outra afirmação de Emília Ferreiro, que resgata o momento de quando as novas tecnologias no universo educacional eram, além de novidades, assustadoras: “os alunos apaixonados pelas novas tecnologias e sem medo frente a elas e os professores com muito temor pedindo uma capacitação e não deixando serem ensinados pelos alunos. No espaço pessoal, essas mesmas professoras, quando tentavam usar o computador e não conseguiam, chamavam os filhos, os jovens. Mas no espaço escolar elas não podiam recorrer aos jovens porque perdiam a autoridade. Todavia, estamos em um momento em que os jovens são muito mais espertos que os adultos em relação às novas tecnologias e é natural que assim seja”. Patrícia Melo é jornalista desde 2001 e há oito anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação. Hoje, também é empreendedora, com a Presença – Comunicação Educacional, que tem como objetivo a produção de textos, entrevistas, reportagens e projetos comunicacionais direcionados especialmente ao universo educacional. Dessa forma, contribui para um diálogo mais consistente e criativo entre a Escola e a Família.